domingo, 12 de agosto de 2012


Com Olimpíada, Record passa à frente da Globo pela primeira vez na história das 7h às 18h


E finalmente as Olimpíadas de Londres trouxeram o resultado que a Record tanto sonha desde 2004. A liderança.
Neste sábado, dia em que foram disputadas as medalhas de ouro no futebol e vôlei, a emissora de Edir Macedo ficou na liderança isolada na média entre 7 horas da manhã e 18 horas da noite. Nenhuma emissora conseguiu vencer a Globo em boa parte da média dia de um sábado na história da TV.
O grande destaque – não em resultado, pois este foi ridículo –  em ibope foi a disputa pelo inédito ouro no futebol masculino. Continuou na expectativa do inédito, mas a transmissão parou o país e fez a Record abrir 11,5 pontos de vantagem sobre a Globo.
Já a tarde, as meninas do vôlei deram um show no resultado – foi ouro pro Brasil – e no ibope. Foram 12 de média, liderança isolada contra a Xuxa.
Já o Boxe, que não é tão famoso quanto os dois esportes anteriores conseguiu um resultado até mesmo surpreendente. Foram 10 pontos, contra 12 da Globo.
Na média, de 7h às 18h, a Record abriu três pontos de vantagem na liderança. Foram 10 pontos de média, contra 7 da Globo e apenas 4 do SBT.
7h00 às 18h00:
:record: 10
:globo: 7
:sbt: 4

10h30 às 18h18
:record: 13
:globo: 8
:sbt: 5




“Gabriela” fracassa em repercussão e é pior que “O Astro”


Lançada numa das faixas mais cobiçadas por quem faz novela na Globo, “Gabriela” — de Walcyr Carrasco dirigida por Mauro Mendonça Filho — não se transformou no sucesso esperado. Sua repercussão é limitada e a audiência, menor do que a de “O Astro”, que ocupou o horário no ano passado. A produção tem alguns ótimos atores — não se pode deixar de citar Antônio Fagundes, José Wilker, Ary Fontoura, Nélson Xavier, Chico Diaz, e há ainda muitos outros — e cenografia e figurino grandiosos. Está mais ou menos tudo lá: os coronéis, a sensualidade da personagem-título, a moral da época no interior da Bahia, as fofoqueiras reverberando essa moral, e, em contraposição, o espírito libertário de Malvina (Vanessa Giácomo). Essa versão de “Gabriela”, no entanto, é apenas correta. Se fosse uma trama original, seria pouco. Em se tratando de um remake, trata-se de um desperdício.
A ausência de ousadia está no todo e nos detalhes. A escalação de Juliana Paes para o papel principal é um sintoma. A atriz é aplicada e sua Gabriela não soa falsa. Mas também não emociona, o que poderia ter ocorrido com a aposta numa desconhecida. Há ainda quem tenha se inspirado na novela de 1975, de Walter Jorge Durst. É o caso de Marcelo Serrado, uma espécie de versão atualizada de Fúlvio Stefanini, o Tonico Bastos de então. A fotografia é bonita, mas, no geral, tão convencional que, na última semana, uma sequência de colheita de cacau parecia uma propaganda institucional do governo da Bahia.
Chegaram ao cúmulo de repetir a cena de Gabriela subindo no telhado para recuperar uma pipa tal e qual na produção anterior. Mesmo se fiel à obra de Jorge Amado, a sequência é icônica e faz parte da antologia das telenovelas. Repeti-la fez dela apenas um pastiche do original. É bom lembrar que remakes de novelas que o público tem na memória afetiva são válidos. Mas com um olho no passado — com a intenção de reavivar antigas emoções — e outro no futuro — com o firme empenho de reinaugurar o que ainda rende, enxergado por outros realizadores e de uma nova perspectiva. Sem isso, é melhor o You Tube, o “Vale a pena ver de novo” ou o Viva.
Patrícia Kogut, O Globo